O briefing pedia a criação do primeiro edifício e loja da marca Louis Vuitton inteiramente customizado, livre da abordagem “loja conceito” que se repete globalmente. Eric Carlson, em colaboração com o arquiteto italiano Aurelio Clementi, formulou uma resposta conceitual específica ao replanejamento de Roppongi Hills e à cultura de “vida noturna” pela qual o bairro é historicamente renomado. Voltada para uma grande praça urbana, a fachada é concebida como uma tela de pixels gigante de 13×36 metros de 30 mil tubos de vidro empilhados num formato semelhante ao de uma colmeia, que cria visualmente um “efeito de miragem” permanente, filtrando a luz natural e obscurecendo as vistas do interior.

Para unificar espacialmente o interior de formato irregular, o espaço central é envolvido em uma “pele” de anéis entrelaçados de aço inoxidável escovado montados em padrão derivado dos círculos, diamantes e flores encontrados no motivo do monograma LV. Evitando a resposta típica de criar um desenho arquitetônico fixo que aprisiona a natureza constantemente mutante da moda, o interior da loja, com 900 metros quadrados em dois andares, é concebido como um instrumento arquitetônico multifacetado que se adapta aos ritmos inconstantes das temporadas de moda. Como um laboratório de inovação das técnicas de exposição de produtos, operações de loja e “cerimônia de venda” foram reinventados com a criação dos famosos “Bags-Bar” e “Luggage-Lounge”, onde as bolsas são expostas em um “bar”.